quarta-feira, 13 de abril de 2011

Vigilância conclui investigação sobre botulismo


Nota Técnica Conjunta nº 001/2011
 SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE E AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA

Assunto: Surto de Botulismo em Santa Catarina 


Foi confirmado um surto de botulismo ocorrido em Santa Catarina, na primeira quinzena de março de 2011, envolvendo sete pessoas, uma das quais faleceu. Ao serem notificadas da suspeita de casos, imediatamente, as equipes de vigilância epidemiológica e sanitária das Secretarias de Estado da Saúde de Santa Catarina e Rio Grande do Sul realizaram investigação e interditaram, cautelarmente, o alimento suspeito disponível no comércio (mortadela com toucinho da marca Pena Branca, fabricada em 17 de fevereiro de 2011, com validade até 18 de abril de 2011). O evento foi amplamente noticiado à população local.

A inspeção e a fiscalização das indústrias que fabricam produtos de origem animal são de competência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA –, que realizou inspeção tecnológica e higiênico-sanitária na empresa Penasul Alimentos Ltda. A empresa recolheu o produto dos pontos de venda, que estavam restritos aos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.


O Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária comunicou as vigilâncias epidemiológicas e sanitárias das secretarias estaduais de saúde do país para que ficassem atentas diante de qualquer outro caso suspeito. 


Após as medidas de interdição e recolhimento do produto, nenhum novo caso suspeito de botulismo por esse alimento foi identificado.


É importante salientar que esse tipo de produto deve ser acondicionado de acordo com as orientações constantes no rótulo, bem como manipulado e consumido dentro de condições higiênico-sanitárias adequadas, caso contrário pode haver risco à saúde humana. 

Diante do exposto, pelo principio da precaução, recomenda-se que as pessoas que ainda tenham mortadela com toucinho da marca Pena Branca em estoque residencial ou comercial, fabricada em 17 de fevereiro de 2011, descartem o produto por ser impróprio para consumo humano. 


Fonte: ANVISA

Os 5 pontos-chave para uma alimentação segura

                                                  

No Brasil, o Ministério da Saúde faz a vigilância epidemiológica de surtos de DTA desde 1999 e há registro médio de 665 surtos por ano, com 13 mil doentes. Surto de DTA é o episódio em que duas ou mais pessoas apresentam doença semelhante após ingerirem mesmos alimentos. O Ministério da Saúde verificou a seguinte distribuição dos surtos de DTA por locais de ocorrência:                                
Local de ocorrência
Nº Surtos
%
Residências
2069
45,2
Restaurantes
903
19,7
Escolas
489
10,7
Refeitórios
338
7,4
Festas
263
5,8
Unidades de Saúde
75
1,6
Ambulantes
23
0,5
Outros
417
9,1
Os sintomas mais comuns para as doenças transmitidas por alimentos são falta de apetite, náuseas, vômitos, diarréia, dores abdominais e febre (dependendo do agente etiológico). Podem ocorrer também afecções extra-intestinais em diferentes órgãos e sistemas como no fígado (Hepatite A), terminações nervosas periféricas (Botulismo), 

As doenças que causam diarréia e vômitos podem levar à desidratação, caso o paciente perca mais fluidos corporais e sais minerais (eletrólitos) do que a quantidade ingerida. A reposição destes fluidos e eletrólitos é extremamente importante para evitar a desidratação. Quando a diarréia é aguda, deve-se ingerir sal de reidratação oral, disponibilizado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde, ou outras soluções de reidratação oral. Os repositores hidroeletrolíticos, indicados para praticantes de atividade física, não compensam corretamente as perdas de fluidos e eletrólitos e não devem ser utilizadas para tratamento de doença diarréica. Segundo recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), cuidados simples em casa podem reverter esse quadro nacional.

1 MANTENHA A HIGIENE

Os utensílios e as superfícies apresentam resíduos de alimentos e, portanto, são ambientes propícios à proliferação de micróbios. A desinfecção deve ser tão cuidadosa quanto à lavagem das mãos, tendo especial atenção com as condições de higiene e conservação da esponja, pano de pia e pano de prato. Os panos de prato, panos de pia e esponjas devem ser trocados freqüentemente. Preferencialmente, deixe os utensílios lavados secarem naturalmente. As superfícies que entrem em contato com os alimentos, como bancadas de cozinhas e as tábuas de corte, devem ser mantidas em bom estado de conservação, sem rachaduras, trincas e outros defeitos que favoreçam o acúmulo de líquido e sujidades, onde proliferam os micróbios.


2 SEPARE OS ALIMENTOS CRUS DO COZIDOS


As carnes cruas, os frutos do mar crus e os vegetais não lavados apresentam naturalmente micróbios patogênicos, por isso eles necessitam de algum tratamento antes do consumo (cozimento ou lavagem) Todavia, esses alimentos podem ser uma importante fonte de contaminação de outros alimentos prontos para o consumo. Essa contaminação, conhecida como contaminação cruzada, pode ocorrer por meio das mãos dos manipuladores ou pelo uso de utensílios – como facas e tábuas de corte – sujos. Um exemplo desse tipo de contaminação é cortar frango cru e usar a mesma tábua, sem lavar, para cortar a alface.

Procedimentos para Seleção, Lavagem e Desinfecção de Frutas, Legumes e Verduras.

Na hora da compra, observar as seguintes características para escolher as frutas, legumes e
verduras. Se apresentarem as condições indicadas abaixo, não são indicadas para consumo:


- partes ou casca ou polpa amolecidas, manchadas, mofadas ou de cor alterada;
- folhas, talos ou raízes murchas, mofadas ou deterioradas;
- qualquer alteração na cor, na consistência ou no cheiro característico;
- excesso ou falta de umidade característica.


Selecionar, retirando as folhas, partes e unidades deterioradas.

Lavar em água corrente os vegetais folhosos (alface, escarola, rúcula, agrião, etc.), folha a
folha, e as frutas e legumes, um a um.

Colocar de molho, por dez minutos, em água clorada, utilizando produto adequado para esse fim (água sanitária e 
outros produtos específicos). Para água sanitária a diluição indicada é de 200ppm (uma colher de sopa para um litro), para os produtos específicos utilizar as recomendações do fabricante constantes do rótulo.

Fazer o corte dos alimentos para a montagem dos pratos com as mãos e utensílios bem lavados.

Manter sob refrigeração até a hora de servir.


3 COZINHE MUITO BEM OS ALIMENTOS


Segundo os dados do Ministério da Saúde, os ovos crus e mal cozidos e as carnes vermelhas são responsáveis por 34,5% dos surtos de DTA que ocorrem no Brasil.
Para minimizar os riscos associados ao consumo de ovos, a ANVISA obrigou a declaração na rotulagem de ovos das seguintes informações:
I - O consumo deste alimento cru ou mal cozido pode causar danos à saúde;
II - Manter os ovos preferencialmente refrigerados.

Semelhantemente, há ainda orientações obrigatórias a serem declaradas na rotulagem de Carne de aves e seus miúdos crus:
Este alimento se manuseado incorretamente e ou consumido cru pode causar danos à saúde. Para sua segurança, siga as instruções abaixo:
-Mantenha refrigerado ou congelado. Descongele somente no refrigerador ou no microondas.
-Mantenha o produto cru separado dos outros alimentos. Lave com água e sabão as superfícies de trabalho (incluindo as tábuas de corte), utensílios e mãos depois de manusear o produto cru.
-Consuma somente após cozido, frito ou assado completamente.

Quando os óleos e as gorduras são utilizados por um longo período, são formadas substâncias tóxicas que podem causar mal à saúde. Essas substâncias dão um sabor e cheiro ruins ao alimento e, geralmente, produzem muita fumaça e espuma.

4 MANTENHA OS ALIMENTOS EM TEMPERATURAS SEGURAS

Para causar doença, é preciso que os micróbios multipliquem-se nos alimentos até atingir números elevados. Quando as condições do alimento são ideais para os micróbios, uma única bactéria pode se multiplicar em 130.000 em apenas 6 horas. 


                                                    


- Armazene adequadamente os alimentos na geladeira: prateleiras superiores para comidas prontos e alimentos industrializados prontos para o consumo; prateleiras do meio para produtos pré-preparados e prateleiras inferiores para alimentos crus.
- Não guarde alimentos por muito tempo, mesmo que seja na geladeira. O alimento preparado (comida ou refeição) não deve ser conservado na geladeira por mais de cinco dias.
- Não descongele os alimentos a temperatura ambiente. Use o forno microondas se for prepará-lo imediatamente ou deixe o alimento sob refrigeração em tempo suficiente para descongelá-lo. Alimentos em pequenas porções podem ser cozidos diretamente sem prévio descongelamento.
- Nunca utilize alimentos após a data de validade. Para alimentos que necessitam de condições especiais de conservação depois de abertos, observe as recomendações do fabricante quanto ao prazo máximo para consumo.



5 USE ÁGUA TRATADA E INGREDIENTES SEGUROS



Verifique se o supermercado ou estabelecimento comercial apresenta adequadas condições de conservação dos alimentos oferecidos. Para escolher esses estabelecimentos, não utilize apenas critérios como a proximidade do domicílio e o preço dos produtos; verifique também a limpeza e organização do ambiente.
Monitoramento realizado pelo Inmetro no ano de 2005 indicou que, dos 31 supermercados analisados, 27 foram considerados NÃO CONFORMES, pois apresentavam a temperatura de conservação dos alimentos congelados, acima do valor máximo determinado pela legislação. Embora o setor supermercadista esteja investindo bastante para a reversão desse cenário e a vigilância sanitária atue regularmente nesse segmento – tanto educativa como punitivamente, o papel do consumidor é essencial. Quando for comprar um alimento, verifique se o refrigerador ou congelador do estabelecimento tem um termômetro para controle da temperatura. Os alimentos congelados e refrigerados devem estar armazenados sob temperatura recomendada pelo fabricante.
Siga a ordem correta de compra dos alimentos: primeiro, os produtos não-comestíveis, como utensílios e materiais de limpeza; segundo, os alimentos não-perecíveis e depois os perecíveis (carnes e outros produtos conservados sob refrigeração). Organize-se para que o tempo entre a compra dos alimentos perecíveis e seu armazenamento no domicílio não ultrapasse duas horas.
A água utilizada para a preparação de alimentos deve ser tratada ou de abastecimento público. Nesse último caso, deve-se estar atento às condições de limpeza da caixa d’água.


                                      


Fonte: ANVISA





Consulta define critérios para padronização da manga

Regras     buscam   melhorar   a   qualidade

da  fruta   oferecida   aos   consumidores  e 

facilitar a comercialização.



              
O regulamento técnico para a definição do padrão oficial de classificação da manga ficará em consulta pública por 90 dias, a partir dessa segunda, dia 11, conforme a Portaria nº 80, publicada no diário Oficial da União. A legislação vai estabelecer os critérios de classificação da fruta em grupos, peso e categorias. O grupo será determinado de acordo com o estágio de maturação, que é definido em função da coloração da polpa.
O peso das frutas contidas na embalagem também será observado. A manga será separada em categorias de acordo com os limites máximos de tolerâncias estabelecidos para os defeitos de possível ocorrência na fruta, tais como dano mecânico, doenças, podridão, manchas.
A proposta também vai criar os requisitos para amostragem, os procedimentos operacionais para a classificação, o modo de apresentação e as especificações para marcação ou rotulagem do produto.
Segundo o coordenador de Qualidade Vegetal do Ministério da Agricultura, Fabio Fernandes, a proposta de padronização da manga foi elaborada pelo órgão juntamente com representantes do mercado interno, exportadores e produtores. O objetivo é aumentar o controle de qualidade da fruta a ser oferecida ao consumidor bem como facilitar a comercialização do produto.

Até então não existia um padrão oficial de classificação para esse produto. Uma vez aprovado o regulamento proposto, a comercialização será facilitada, tendo em vista a uniformização da informação – ressalta.